Sozinha
Clara Cabalzar
Eu sempre achei o destino uma coisa confusa, existente, porém quase sempre desconhecido.
Ontem vi uma jovem de expressão confusa, apenas andando na rua, que me fez pensar no assunto.
Lá estava ela andando em direção a
algum lugar, um lugar desconhecido, um lugar que eu achava que nem ela sabia
qual era.
Ela andava e andava e continuava
andando, eu esperava que ela fosse chegar a algum lugar ou em alguém para se
juntar a ela, porém não, ela só seguiu aparentemente em direção ao nada. A
jovem estava confusa, sozinha e parecia não ter onde ir.
Para minha surpresa, ela parou, parou em um parque quando o dia
já estava escurecendo, e ela parada olhando as pessoas indo embora, pessoas que tinham onde ir, enquanto ela,
parada.
Algumas pessoas felizes, que tinham
onde ir, também pararam, viram a confusão da jovem e ofereceram ajuda, a jovem
em meio a seus pensamentos recusou as simples ofertas, e continuou parada.
Certa hora, a garota decidiu que já
era tempo de continuar, e saiu andando na mesma direção de antes, o nada.
Ela andava e andava e continuava
andando, a essa altura eu já tinha perdido a esperança, e apenas a observava
andando sem parar. Nada parecia poder e muito menos conseguir distraí-la de
seus pensamentos confusos, ela apenas andava pensando.
Eu não parava de me perguntar, e se
ela chegar em uma rua sem saída ou em uma avenida movimentada? Isso não
aconteceu, ela parecia saber por onde ir, mesmo sem saber o destino.
Um bom tempo depois, me cansei,
desisti de pensar o porquê de ela estar tão confusa ou para onde estaria indo.
Ela não devia estar querendo companhia e muito menos pessoas como eu. E
deixei-a sozinha andando e andando.
Foi então que cheguei à conclusão de
que, como eu já disse, todos temos um destino,
muito provavelmente desconhecido. Voltei para casa pensando. Desde o início
achei que ela não tinha destino, mas ela
tinha, andando e pensando ela só queria um tempo antes de chegar lá.
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